A
Petrobras deixou de ser uma empresa e passou a ser o principal aparelho de
poder do Governo Federal. Todos querem "mamar nos seios" da
petroleira, cujo leite está quase seco.
Não
bastasse aparelhar a Petrobras, o governo do PT também a utilizou (e utiliza)
como instrumento de controle político, econômico e cultural, oferecendo
contratos milionários para empresas de políticos apadrinhados e parceiros
diversos (principalmente financiadores de campanhas), para maquiar as contas
públicas no “fechamento de caixa”, comprar o apoio de artistas, escritores,
jornalistas, veículos de mídias, etc, senão também para controlá-los, ameaçando
cortar a verba de publicidade a eles destinada pela Petrobras, sempre que
“desagradam”.
Mas
até quando a empresa suportará todo esse esquema? Ora, já é a empresa mais
endividada do mundo e se não fosse já suficiente, a dívida da Petrobras é maior
que o valor de mercado da empresa. A Petrobras tem uma dívida líquida de
aproximadamente R$221 bilhões, sendo seu valor de mercado de R$165 bilhões.
Segundo o Bank of America Meryl Linch a Petrobras é a empresa não financeira
mais endividada do mundo, tendo alcançado uma dívida bruta de R$267,82 bilhões
em dezembro de 2013.
Mesmo
com esses dados, a empresa “perdoou” a dívida da Venezuela. Obviamente quis
evitar um calote da PDVSA, o que tornaria ainda mais vexatório o ocorrido, tanto
para a empresa quanto para o governo do “companheiro” Nicolás Maduro. Mais uma
vez, beneficiam um “companheiro” com o dinheiro do cidadão brasileiro. Sim, o
petróleo não é nosso, a empresa não é nossa, mas o prejuízo é. Pois este é
coberto com recursos estatais oriundos dos impostos.
Em
outubro de 2013 a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou os ratings
de dívida da Petrobras devido às preocupações com o plano de investimentos, o
aumento da dívida e o fluxo de caixa. Resumindo, a Petrobras gastou mais do que
podia e pretende investir mais do que a perspectiva de geração de caixa.
No
plano político, a empresa é utilizada como aparelho para cooptar aliados e
obter favores em troca de contratos milionários. Por exemplo, o deputado
federal Andre Vargas (PT/PR), que mantém relações duvidosas com o doleiro
Alberto Youssef e é suspeito de facilitar as relações da empresa MO
Consultoria, de Youssef, uma empresa de fachada que servia para repassar
propina para funcionários públicos e políticos. Nove fornecedores da Petrobras
depositaram R$34,7 milhões na conta da MO, dinheiro este cuja suspeita é de que
foi usado para conseguir favores e contratos desses fornecedores com a
petroleira.
Ainda
no plano político, o marido da presidente da Petrobras, Graça Foster, é Colin
Vaughan Foster, dono da empresa C. Foster que assinou 42 contratos com a
Petrobras, sendo 20 deles sem licitação, no período de 2007 até 2010. Segundo a
Petrobras a dispensa de licitação nesses 20 contratos se deve por terem valores
abaixo de R$10 mil cada e que não foram “contratos”, mas “pequenas compras de
componentes”. No entanto, não informou o valor total das compras, nem de cada
“aquisição”. Contudo, estimasse que pelos 42 contratos a C. Foster recebeu
R$614 milhões da Petrobras. Ora, nesse caso, como podemos chamar de “pequenas
compras de componentes”? Imagina de fossem grandes então? Se 20 deles foram de
menos de R$10 mil, os demais ultrapassaram (em média) pouco mais de R$30
milhões cada?
Esses
são alguns casos de utilização política da Petrobras, mas podemos falar também
do escândalo envolvendo a compra da petroleira de Passadena (nos Estados
Unidos), uma empresa que foi comprada pela belga Astra Oil por US$42 milhões e
que a Petrobras pagou US$1,18 bilhão, em 2006, quando a Ministra-Chefe da Casa
Civil (e cuja chancela para a aquisição consta documentada) era Dilma Rousseff.
Claro que ao ser questionada com documentos, Dilma colocou a culpa em outra
pessoa, o então diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Essas
acusações ocorreram em 2008 e somente 6 anos depois Cerveró foi destituído de
seu cargo, que agora era apenas um dos mais cobiçados: diretor financeiro da BR
Distribuidora. Detalhe, foi transferido para esse cargo logo que os documentos
do caso vazaram, em 2008.
Isso
sem contarmos o prejuízo de Passadena entre 2007 e 2008 de US$300 milhões
(imagina de lá para cá então). Nessa conta estão US$52 milhões em bônus para
funcionários, sem que uma única gota de óleo fosse extraída.
Para
finalizar a utilização política e corrupta (um pleonasmo praticamente), há o
caso da holandesa SBM Offshore que pagou US$139 milhões em propina para a
Petrobras entre 2005 e 2011, segundo um funcionário da empresa, investigada por
Estados Unidos, Holanda e Inglaterra por repassar US$250 milhões em propinas. A
propina para a petroleira brasileira serviria para beneficiar a SBM na obtenção
de contratos com a estatal.
Quanto
ao uso econômico da Petrobras, não é novidade que o PT utiliza a estatal há
anos para tapar buracos no orçamento da União e fingir que cumpriu metas
fiscais. Como a União é a acionista majoritária da empresa, também fica com os
maiores dividendos e os utiliza para cumprir metas fiscais e orçamentárias. É
tática antiga do PT utilizar estatais para tapar esses buracos. Vide BNDES e a
rolagem da dívida pública.
Já
na área cultural, a Petrobras é a empresa que mais gasta com patrocínios
culturais no Brasil e, não por acaso, há tantos artistas que figuram em seus
patrocínios e na defesa do PT e da esquerda nacional. São atores, escritores,
atrizes, jornalistas, “intelectuais”, “filósofos”, etc. Mas este tema
específico ficará para outro artigo (quem sabe uma série), pois é muito extenso
para tratar aqui.
Sinceramente, não acredito que o povo brasileiro permitirá que isso continue acontecendo por mais alguns anos, espero que MUDANÇAS ocorram. MUDANÇAS para MUDAR não somente a Petrobrás, mas também PARA MUDAR O BRASIL.
CPI
DA PETROBRAS
Veja abaixo materia publicada pelo G1 no dia
10/10/2014 referente ao assunto
O ex-diretor de
abastecimento, Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, explicaram -
com detalhes - a corrupção e o cartel nos contratos da empresa. Eles revelaram
que diretores eram escolhidos pela ligação que tinham com políticos e partidos.
As diretorias de
Exploração e Produção, de Serviços e de Gás e Energia eram da cota do PT,
Partido dos Trabalhadores. A de Abastecimento era da cota do PP, Partido
Progressista. E a Internacional, do PMDB.
Cada partido tinha um operador.
Diretores e o doleiro cobravam propina de empreiteiras para que elas
conseguissem contratos na Petrobras. Com as obras garantidas, as empreiteiras
cobravam preços mais altos. O dinheiro desviado ia para diretores da Petrobras,
para políticos e para Youssef.
Os depoimentos não são
sigilosos. Paulo Roberto contou que 3% do valor dos contratos eram desviados.
Um por cento ia para o PP, e 2% para o PT.
Mas que no caso do Partido dos Trabalhadores, havia também pagamentos
exclusivos.
Paulo Roberto Costa: Então se tinha PT na diretora de Exploração e Produção.
PT na diretora de Gás e Energia e PT na área de serviços. O comentário que
pautava lá dentro da companhia é que neste caso os 3% ficavam diretamente para
o PT.
Paulo Roberto também
contou que recebeu propina do atual presidente da Transpetro, uma
subsidiaria da Petrobras, Sérgio Machado. Segundo ele, o repasse ocorreu entre
2009 e 2010. O dinheiro saiu da contratação de navios.
Paulo Roberto
Costa: Recebi uma parcela da Transpetro, recebi.
Juiz: O senhor pode ser mais especifico?
Paulo Roberto Costa: Recebi, se eu não me engano, foram R$ 500 mil.
Juiz: Quem pagou ao senhor?
Paulo Roberto Costa: O presidente da Transpetro, Dr. Sérgio Machado.
Juiz: O senhor pode ser mais especifico?
Paulo Roberto Costa: Recebi, se eu não me engano, foram R$ 500 mil.
Juiz: Quem pagou ao senhor?
Paulo Roberto Costa: O presidente da Transpetro, Dr. Sérgio Machado.
Paulo Roberto Costa e
Alberto Youssef não falaram de autoridades com foro privilegiado. Essa análise
cabe somente ao Supremo
Tribunal Federal. No caso de Paulo Roberto, a delação premiada
foi homologada. Já Alberto Youssef continua prestando os depoimentos a
delegados e procuradores sobre o esquema de corrupção.